Realizar melhorias na casa pode ser muito mais fácil do que se pensa. Consumidores podem encontrar financiamentos com juros mais baixos e iniciar sonhada 'repaginada' no lar
Reformar a casa é um dos maiores desejos da maioria dos proprietários. Mas mudar seu imóvel requer tempo e principalmente dinheiro. Financiamentos para compra da casa própria são muito fáceis de encontrar e bastante divulgados. No entanto, crédito para realizar a reforma da casa também existe e possui taxa de juros inferior a outras modalidades como cheque especial, mas são muito pouco divulgados.
Porém, antes de começar a colocar a mão na massa é preciso se planejar antes. Segundo o presidente do Instituto DSOP de educação financeira, Reinaldo Domingos, o primeiro passo é avaliar se a reforma é realmente necessária ou é possível esperar e evitar entrar em um financiamento.
Atualmente, os principais bancos brasileiros oferecem linha de crédito para reformas com juros entre 25% e 45% ao ano. Segundo Domingos, os juros para financiamento de reformas são baixos, mas, para ele, a melhor opção ainda é guardar dinheiro e fazer a reforma com recursos próprios.
“Se a família vai crescer com a chegada de uma nova criança, se há problemas com infiltrações ou mesmo possíveis inundações causadas por chuva a reforma é urgente e deve ser feita. No entanto, se for, por exemplo, uma pintura, espere e faça uma poupança forçada”, aconselha.
Financiamento – Para facilitar o acesso das pessoas ao financiamento para reformar a casa, o Conselho Curador do FGTS aprovou no início de janeiro o Financiamento de Material de Construção (Fimac). Esta nova linha de crédito permite que o trabalhador utilize o FGTS para financiar a reforma do imóvel próprio. Segundo o integrante do Conselho do FGTS e presidente da Anamaco, Cláudio Elias Conz, o principal atrativo desta nova linha são os juros abaixo dos praticados nos financiamentos disponíveis no mercado atualmente.
“O grande trunfo que temos é que a taxa de juros do Fimac é de apenas 12% ao ano, quase um terço do que é cobrado no mercado hoje”, destaca.
No entanto, até o momento apenas a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil sinalizaram positivamente em relação à disponibilidade da nova linha de financiamento. Os dois bancos ainda devem lançar o produto em breve. Cláudio Elias Conz disse que a expectativa é que a Caixa comece a atuar ainda neste mês. Os bancos privados ainda não sabem se vão aderir ao Fimac.
“A taxa de juros mais baixa será a maior resistência que vamos sofrer por parte dos bancos para o Fimac”, admitiu Conz.
Regras - O Fimac oferecerá empréstimo de até R$ 20 mil, com juros de 12% ao ano para o consumidor e prazo de amortização de até 120 meses. Além da reforma, o dinheiro poderá ser usado para instalar hidrômetros e sistemas de aquecimento solar. Para conseguir a liberação do dinheiro, o imóvel não pode ter valor de mercado superior a R$ 500 mil. Quem pegar mais de R$ 10 mil será obrigado a comprovar que os pedreiros da obra têm carteira assinada e direito a todos os benefícios previdenciários.
“É obrigatório que os profissionais estejam recolhendo para o INSS. Acidentes podem acontecer durante uma obra e é preciso que os trabalhadores tenham essa segurança em caso de imprevisto”, argumenta Conz.
Dicas - O educador financeiro Reinaldo Domingos explica que, para realizar uma reforma sem levar sustos é preciso definir exatamente o que será feito. A palavra-chave, segundo o especialista, é planejamento. Para ele, o consumidor deve se cercar de profissionais.
“A pessoa deve buscar pelo menos três orçamentos de pessoas de confiança. É preciso fazer um projeto, mesmo que seja rascunhado e, se possível, contratar um arquiteto. Pois é ele quem dará as melhores indicações e pensará em todos os aspectos desde o planejamento até a execução da obra”, opina.
Um dos pontos principais, para Reinaldo Domingos, é que a pessoa pense nos imprevistos. Por isso ele aconselha que o consumidor tenha guardada uma quantia além do orçamento previsto. Segundo ele, é muito difícil que uma obra termine no prazo ou dentro do orçamento inicial.
“A reforma é um dos vilões do endividamento da família brasileira. Ninguém pensa nos reflexos de uma obra como gastos extras para se livrar do entulho ou problemas que surgem durante a obra, como a necessidade de quebrar mais uma parede ou a troca das instalações elétrica e hidráulica. É essencial que pessoa tenha entre 50% ou 100% de dinheiro a mais do que pretende gastar”, conclui.
Muitas pessoas pensam em fazer uma reforma no imóvel com forma de valorizar o ativo. No entanto, este é um pensamento equivocado, segundo o educador financeiro. Ele diz que uma reforma serve apenas para melhorar as condições de vida do próprio morador. “Se a pessoa pensa que vai valorizar um imóvel fazendo reforma, está completamente enganada. Reforma é coisa pessoal. Não vai ter valor agregado algum”, garante Domingos.
Financiamento pelo FGTS
Para que serve - Reformar a casa ou comprar hidrômetros e placas de aquecimento solar
Limite de crédito - O consumidor poderá pegar até R$ 20 mil pelo FGTS
Prazo de pagamento - Até 120 meses (10 anos)
Juros - 12% ano (o mercado hoje aplica taxas entre 25% a 45%)
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